sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Preconceitos Linguísticos e os Dialetos Brasileiros



INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS - IFAL
Departamento de Educação a Distância / Universidade Aberta do Brasil
Gerência de Ensino / Coordenação e Ensino Profissional
Unidade de Ensino Polo Santana do Ipanema


 
Alexandre Ricard Silva Santos
Décio Souza Lima Reis
Ivanilda Vicente Tavares
Jucyelle Rodrigues Wanderley
Maria Anelúsia Silva Pereira
Maria Aparecida Silva dos Santos
Marinêz Pascoal dos Santos
Nathália Alves Agra




O Preconceito Linguístico e os Dialetos Brasileiros



O Brasil é um país pluricultural, uma terra de mais belo ecossistema do mundo, uma Nação que possui a maior diversidade de aves de todo o planeta terra. Seus rios são belíssimos, verdadeiros tesouros azuis, suas matas são diversas; riquezas naturais de vegetação rica em plantas medicinais e densas florestas.

Além de tantas riquezas naturais destaca-se outra de valor inconfundível: as várias línguas do Brasil.

O povo brasileiro fala a língua portuguesa. A partir do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa a ortografia dos países que falam esta língua passaram a ter uma única escrita. Houve a unificação da escrita, porém as formas de falar continuam as mesmas. Assim, também nas divergentes regiões brasileiras conservam-se os diferentes dialetos. Cada lugar tem sua maneira de falar, cada povo possui um dialeto característico da sua região, do lugar onde mora, às vezes uma mesma coisa tem nomes diferentes dependendo do lugar onde ela exista.
Atualmente, a escrita dos nomes, as letras usadas e as regras ortográficas são iguais para todo o lugar que fala a língua portuguesa, porém a linguagem falada muda de acordo os vários dialetos.

Criticar a forma de falar das pessoas é um preconceito linguístico.

Construímos este blogger com a intenção de incentivar nossos colegas de turma, professores e demais, para que possam tomar  conhecimento desse velho persistente preconceito linguístico, além de conhecermos mais sobre os diversos dialetos do povo brasileiro. É essencial que saibamos que a língua é um fenômeno dinâmico e cultural, porém, não podemos continuar a alimentar e cultivar qualquer tipo de preconceito contra a nossa própria variedade linguística.



"O preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários (...)".
Marcos Bagno

Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, é conhecido por ‘falar mal’ o português – no sentido mais usual da expressão. Nesta história em quadrinhos, ele é repreendido pela professora pelos ‘erros’ de concordância cometidos. (imagem: reprodução)

Antes do descobrimento do Brasil, os índios falavam tupi-guarani. Com a chegada dos portugueses e, em especial, a partir da catequização dos índios pelos jesuítas, os índios começaram a falar a língua portuguesa. Se fosse hoje, os índios catequizavam os portugueses e seriam eles que falariam tupi-guarani. Mas isto não aconteceu. Nossa língua é a portuguesa, uma língua que comunica, que compreende, que interpreta, que inventa e reinventa. É a Língua Portuguesa falada no Brasil. A linguagem dos vários dialetos e sotaques.



Sotaques e dialetos

Em se tratando da diversidade dos sotaques brasileiros, conclui-se que originaram-se dos resultados das modificações da língua portuguesa original incluindo sotaques indígenas e heranças dos escravos vindos da África, sotaques de milhares de imigrantes europeus e asiáticos.

A mistura de povos resultou numa diversidade cultural, de explêndida beleza. O país tornou-se rico em talentos, vestuários, danças, músicas, possui uma comida típica regional de sabores incomparáveis. E a língua então?! Tornou-se rica, variada. Cada lugar tem um sotaque. Cada dialeto tem seu valor.


Os alagoanos, segundo os paulistanos, falam cantando, puxam o X nas palavras oitcho (oito), oithenta (oitenta), entre outras. Chama estilingue de peteca e bola de gude de ximbra. As bogais E e O nas palavras tem som de I e U.


Os paulistas destacam as letras R e S em suas falas, procuram expressar, corretamente, os sons das vogais E e O nas palavras. Tem uma fala expressiva e elegante, mas em potencial da língua não difere das outras regiões.

Os gaúchos falam puxando a letra R. É um sotaque que se destaca, mas não é o mais bonito. É um belo sotaque entre os muitos outros dialetos belos do Brasil.
Os mineiros gostam de imendar uma palavra a outra. Faz abreviações das palavras faladas. Para falar de alguma coisa que não quer dar o nome imediato, chama de treem.

Os cariocas puxam o CH, o S e o X. Sua linguagem oral assemelhase aos portugueses.

Os pernambucanos usam o visse bichinho! Os baianos arrastam a voz, são ligeiros no samba nos pés, no batuque do pandeiro e no vatapá e o acarajé. E quem quiser faça seu julgamento, só não pode ter preconceito, nem desprezar nenhuma forma de falar.

Além dos sotaques são dados nomes diferentes a alguns objetos, mas isto não é falar errado, isto é, riqueza de linguagem.

Na escola as crianças sofrem para aprender a escrever. A nossa escrita é complexa e descontextualizada da fala. Nem sempre representamos a nossa fala com as letras do alfabeto que represente os sons exatos das letras. Se existe dificuldade para escrever gramaticalmente correto, imaginem falar perfeito ou igualmente, com o mesmo som, mesmo sotaque. Isto seria um desrespeito as variedades linguísticas. Seria um preconceito.
O menino mudou seu pedido com medo da crítica em relação a sua escrita. Imaginem quantos medos são vivenciados no contidiano por causa da fala. Falar errado é não saber se comunicar; é não se fazer compreensível em sua linguagem; é distorcer a comunicação.

Outro fator que impulsiona o preconceito linguístico é decorrência da diversidade da classe social. A classe de baixa renda é sempre mais excluída, é desfavorecida socialmente e ainda sofre preconceitos sofre sua linguagem falada.

"É fundamental compreender que o preconceito linguístico também está intimamente relacionado à elevada concentração de renda que o corre no Brasil. Pelo fato da sistemática hierarquização social, é comum ocorrer disparidades gritantes entre as classes. Desse modo, aqueles que possuem um maior poder aquisitivo impõem seu modo de falar e sua linguagem aos demais como sendo a única forma de comunicação tida como correta, logo tendo que ser seguida por todos. Mas, tal postura é incoerente, pois o falante tem que se adaptar a cada situação, dessa maneira, o contexto que ocorrera a comunicação é que determinara a variabilidade linguística a ser usada."

Qualquer tipo de preconceito é um crime contra a humanidade. Brancos, negros, amarelos, mulatos, ricos e pobres, altos e baixos, gordos e magros são pessoas igualmente gente. É gente, merece igual valor em suas diferenças. As maiores riquezas do nosso país são, justamente, suas diferenças. E entre elas, a diversidade linguística.

4 comentários:

Marinêz em educação em foco disse...

A Frase dita de Lula e o preconceito linguístico de Noblat

A gente não é como aqueles que fala eu mato a cobra e mostro o pau. Ora, quem mata a cobra e mostra o pau não mostrou a cobra morta. Aqui, a gente mata a cobra e mostra a bichinha morta.
Lula, sobre a proposta brasileira para redução do efeito estufa
Fonte: Blog do Noblat

Jicélia disse...

O blog criado por vocês aborda com muita propriedade as questões relacionadas ao preconceito linguístico, reconhecendo a existência de uma diversidade cultural e linguística no país que deve ser respeitada como veículo de transmissão de cultura, de valores, de identidade linguística...

As obras citadas são maravilhosas!
Vocês não poderiam fazer melhor escolha.
Parabéns à equipe pela explicitação desta realidade!

Abraços,
Jicélia Gomes (Tutora Presencial)

Décio disse...

Que país é esse?
Que país é esse em que não se fala de igualdade? Mas consumido por diversas indiferenças e intolerâncias. Que país é esse em que nos diz que perante a lei todos nós somos iguais, se a própria lei nos prova o contrário? Que país é esse consumido de inúmeros preconceitos e rótulos de todas as espécies que possa se imaginar? Que país é esse em que a própria constituição é formulada para favorecer seus próprios criadores?Que país é esse em que a economia criada por todos, acaba nas mãos de uma minoria? Fico-me a refletir até onde eles querem chegar... Até quando eles vão durar? Como nos diz Renato, Talvez queiram até vender futuramente as nossas próprias almas num leilão para se enriquecerem cada vez mais. Até hoje não compreendo o porquê de tantos preconceitos e má olhares em um país totalmente diversificado de culturas, raças, línguas, uma verdadeira vitamina humana. Por que de vivemos de uma maneira tão preconceituosa? Somos um país pluricultural, somos um país rico em cultura, pra quê tantos mãos olhares e indiferenças? Somos uma verdadeira vitamina humana. Que país é esse em que o homem destrói o seu próprio habitat para momentos de deleite? Até onde eles iram chegar? Este realmente é “nosso Brasil”? Que país é esse? Preciso de uma resposta...

Anônimo disse...

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